23 de jan. de 2010

Teresinenses não valorizam a tecelagem

Os tecelões do Dirceu I, zona sudeste de Teresina, representam os grandes talentos da região. A associação de tecelões do Dirceu existe há mais de 15 anos, enquanto a fábrica já tem mais de 25 anos de existência. Mesmo após anos de artesanato, muitos teresinenses deixam de comprar os produtos e até mesmo de conhecer uma instituição que surgiu com a formação do bairro.

Dentro da associação, existem trabalhadores direitos e indiretos. Contando com a participação de 30 pessoas, sendo 25 mulheres e cinco homens. Segundo a vice-presidente da associação, Raimunda Nonata Alves, a criação da fábrica de tecelagem foi uma decisão dos governantes para empregar a mão-de-obra que era muito carente de trabalho, desde o surgimento do bairro." A tecelagem na época empregou muita gente e gerou renda para essas pessoas", afirmou Raimunda.

A produção varia entre artigos como tapetes, bolsas, redes, mantas e almofadas. A maior parte da produção é vendida para outros estados e até mesmo para outros países, principalmente a Itália. Ainda de acordo com a vice-presidente da associação as maiores dificuldades que eles enfrentam é em relação às vendas."
Durante vários meses do ano enfrentamos muitas dificuldades. As vendas só melhoram mesmo a partir do mês de março", relatou. Ainda segundo Raimunda, uma das maiores reclamações dos clientes é quanto ao preço dos manufaturados. Enquanto uma rede fabricada pelas tecelãs custam em média 80 reais, em uma feira de comerciantes, o cliente pode encontrar redes mais baratas, custando apenas 30 reais.

Os produtos são bem vendidos e apreciados em feiras e eventos estaduais e nacionais, como Casa Piauí, Piauí Sampa, Mão de Minas e outros. "Quem não conhece o artesanato, não valoriza. E a maior parte da população do Dirceu não vem aqui. Creio que eles têm preguiça de entrar", denunciou Raimunda. Concordou a tecelã, Oneiza Alves da Cunha, que antes era apenas aluna do curso gratuito de tecelagem e hoje, trabalha no local. “O próprio pessoal do Dirceu não valoriza a tecelagem. Tem gente daqui que fala que não sabia que existia a produção no bairro. Isso é muito triste", lamentou.

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