28 de jan. de 2010

A história do grande Dirceu



Igreja de São Francisco de Assis é um marco histórico para os moradores


Dirceu? Antes sinônimo de uma região pobre e esquecida. Mas hoje, lembrado pelas muitas conquistas que beneficiam a população e permite o reconhecimento de toda Teresina como um grande bairro com ‘cara de cidade’. Antes de prosseguirmos nestas conquistas, é importante que você compreenda um pouco a história dele.

O conjunto Dirceu Arcoverde I e II foi construído entre 1977 e 1980, em homenagem ao ex-governador e senador Dirceu Mendes Arcoverde. Antes o bairro era chamado de Itararé I e II. Na época, o conjunto foi criado para afastar das “áreas nobres” da capital: os pobres e os funcionários públicos. E para a sua criação foi utilizado como desculpa: a expansão da cidade e o setor imobiliário, com o objetivo de valorizar as terras localizadas entre a zona urbana de Teresina e o Itararé. Segundo os moradores mais velhos da região, o Itararé era um grande latifúndio improdutivo. “Servia apenas para fazer roças de subsistência, porque havia muito mato na época”, afirmou o morador Francisco Pinto de Aguiar. E também servia como um grande cemitério clandestino.

Rosa Maria da Costa Alves é moradora há 30 anos. Sendo considerada uma das moradoras mais antigas da região. Antes, ela residia no bairro Ilhotas, zona sul de Teresina. Na época teve que ser transferida para o novo bairro, porque morava próxima aos trilhos. Nem existia a ponte ainda, para se deslocar para a região Sudeste, era necessário a atravessia por meio de canoas disponíveis próximas ao rio. Houve uma inscrição para as casas que seriam entregues aos futuros moradores da região Sudeste. “As pessoas escolhiam o tipo de casa que queriam morar. Tinha o tipo A, B e C” afirmou. As casas simples tinham a seguinte classificação: a) Tipo A (sala grande, um quarto, área grande e banheiro); Tipo B(Uma sala, um quarto, banheiro e cozinha) e Tipo C(Banheiro, sala e cozinha). As casas foram entregues por volta de 1976 e 1977, sendo quadra por quadra.

No lugar não havia energia elétrica, nem água encanada, e calçamento. Os moradores bebiam água dos carros pipas vindos do terminal do Petróleo. Após um tempo, os moradores desfrutaram de dois poços tubulares. Um ficava em frente à Igreja Católica de São Francisco de Assis e o outro próximo a Associação de Tecelões.

Nem mesmo existia linha de ônibus que ligasse o bairro ao centro da cidade. Tanto para ir ao trabalho como para fazer compras ou utilizar serviços municipais era preciso se deslocar pelo menos 15 quilômetros a pé. E ainda não havia nenhum tipo de serviço comercial. A primeira linha de ônibus disponibilizada surgiu após o recém inaugurado bairro, mas era apenas um ônibus que fazia três viagens por dia. Era uma situação difícil para os moradores, pois o transporte fazia a última viagem às 19h00, quem o perdia como os que estudavam à noite tinha que caminhar a pé do balão do São Cristóvão até o bairro. Os moradores eram discriminados e foram apelidados de pé-de-poeira, devido à precariedade dos transportes.

O nome da primeira igreja católica do bairro foi decidido pelos próprios moradores. Eles estavam indecisos quanto ao santo que iriam escolher. Então, um dos habitantes indicou São Francisco de Assis, porque era peregrino, pobre e ajudava o próximo. Convém observar que a indicação os fez lembrar a peregrinação deles para o bairro. Por tanto, a igreja passou a se chamar: Igreja Católica de São Francisco de Assis.

"Antes, muita gente daqui tinha vergonda de dizer que era morador do bairro. Hoje, as pessoas têm alegria de morar aqui. Foi sofrimento no começo, mas agora é só alegria", finalizou Dona Rosinha.

Um comentário:

  1. oi, meu nome é carlos e fui um dos primeiros moradores do itarare 1, morei na quadra 71 casa 10, hoje moro no rio mas tem boas lembranças do bairro, estudei no odylo e lembro da construçao da igreja catolica, tinha alguns amigos como;roberto, messias(pavao), chico filho da dona galega, nezinha sua irma entre outros, valeu gente , só saudades.

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