15 de jan. de 2010

O preço da esperança

No dia 13 de janeiro deste mesmo ano, fui comemorar o aniversário de uma amiga. Já numa padaria, eu e a irmã da aniversariante, fomos pegar o bolo e os salgados para a festa. Enquanto, aguardávamos na fila a encomenda. Entra uma mulher negra, com trajes sujos, maltrapilhos e com uma menina no colo. Todos que estavam no local, dirigiram seus olhos para elas. Como se elas fossem intrusas. A mulher com a criança olhou as pessoas do local e as comidas disponíveis nas prateleiras. E após alguns instantes, começou a pedir ajuda. "Me dê um trocadim. Me ajude, moça", ela dizia, com semblante triste. Um jovem comovido, disse aquela senhora: "Peça o que quiser, eu mesmo pago". Ela não hesitou, e imediatamente, solicitou aos atendentes que lhe dessem uns salgados e refrigerante. Assim, pôde saciar a sua fome e da filha pequena. Já a noite, voltando para casa de ônibus. Entra no transporte coletivo, uma jovem senhora, branca, com uma filha no colo. Ela começa a pedir ajuda aos passageiros, diante da catraca. Com voz baixa, quase ninguém ouvi o que ela diz. Então, decidie ultrapassar a catraca, e falar em voz alta: "Me ajudem, por favor,”. Os passageiros solidários lhe deram algumas moedas. E ela depois, pode sair do ônibus, feliz e agradecida.

Caro leitor, você sabe qual é o preço da esperança? Às vezes me pergunto: "Quantas pessoas não têm dinheiro para comprar uma comida, roupa e até utensílios para o lar? Quantas mães choram ao verem seus filhos clamando e chorando por um pedaço de pão?". Eu também choro... O preço da esperança para essas pessoas, que são desprovidas de quase tudo e marginalizadas socialmente, não são esmolas e, nem a minha e a sua piedade. Antes, atitudes de solidariedade, como a do jovem rapaz na padaria, que afirmou aquela senhora: "Peça o que quiser, eu mesmo pago".

Um comentário:

  1. Umm....Verdade seja dita! Precisamos nos ajudar..Precisamos seriamente e urgentemente progredir com a nossa humanidade! [Felipe Gustavo]

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